top of page
Foto do escritorMichele Stringhini da Silva

Reflexos do Passado: Encarando a Jornada





Nos labirintos do coração, onde as lembranças dançam entre luz e sombra, surge o dilema de retornar aos lugares onde fomos feridos. Há um chamado sedutor, uma ânsia de confrontar os fantasmas do passado, na esperança de encontrar redenção onde antes só havia desespero. No entanto, ao contemplar os prós e contras dessa jornada, nos deparamos com a complexidade de nossas emoções.


Por um lado, revisitar esses locais pode ser uma oportunidade de confrontar nossos medos, de encarar de frente as feridas que nos marcaram. É um ato de coragem, um passo em direção à nossa própria cura. Ao confrontar os momentos de dor, podemos encontrar novos significados, aprender lições valiosas e fortalecer nossa resiliência.


Por outro lado, há o risco de reviver traumas antigos, de abrir antigas feridas que ainda não cicatrizaram completamente. Retornar a lugares e pessoas que não nos respeitaram pode desencadear uma espiral de emoções negativas, alimentando a mágoa e o ressentimento. É como caminhar por um campo minado, onde cada passo pode desencadear uma explosão de dor.


Diante de pessoas nas quais não confiamos mais, mesmo que o tempo tenha passado, é crucial estabelecer limites saudáveis. Podemos escolher manter uma distância segura, protegendo nossa paz interior e preservando nossa dignidade. Isso não significa guardar rancor ou cultivar o ódio, mas sim reconhecer que nem todas as relações merecem ser resgatadas.

Em vez de buscar a validação externa, devemos nos voltar para dentro de nós mesmos, encontrando força e apoio em nossa própria essência. Cultivar o amor-próprio e a autoaceitação nos capacita a seguir em frente, mesmo quando o passado tenta nos puxar para trás. E verdadeira cura reside dentro de nós, na coragem de seguir em frente, mesmo quando o caminho parece incerto.


Mas, quando alguns lugares se tornam inacessíveis devido à constatação de que a mesma cultura e comportamento se arraigaram, somos confrontados com uma encruzilhada emocional. A nostalgia pode se misturar com a frustração, enquanto nos damos conta de que os laços que um dia nos ligaram a esses lugares agora estão fadados ao esquecimento.


Nesses momentos, é preciso aceitar que nem todas as paisagens do passado permanecerão intocadas pelo tempo. A mudança é uma constante na teia da vida, e nem sempre é possível resgatar o que se perdeu. Assim, cabe a nós reconhecer quando é hora de deixar esses lugares para trás e seguir em frente.


Em vez de lamentar o que foi perdido, podemos escolher direcionar nossa energia para criar novas experiências, em novos lugares, com pessoas que compartilham de nossos valores e nos respeitam verdadeiramente. É como plantar sementes em solo fértil, onde o amor e o respeito mútuo podem florescer e prosperar.

Portanto, diante da constatação de que alguns lugares se tornaram estranhos aos nossos olhos, é hora de soltar as amarras do passado e abrir as velas para novos horizontes. Pois, no fim das contas, a jornada da vida é uma dança entre o que foi, o que é e o que ainda está por vir. E é nas novas páginas do nosso livro que encontraremos as histórias mais inspiradoras e os momentos mais significativos.


Com carinho, Michele da Silva.

(Michele Stringhini da Silva)


Todos os direitos reservados.

2 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page